Antes de qualquer coisa, silêncio não é a ausência do som, mas sim a ausência de toda a poluição sonora produzida pelo homem. E infelizmente esse som encontra-se em extinção.
Apesar de muitos acharem que existem assuntos mais relevantes e urgentes do que a preservação do silêncio, há um fator que deve ser levado em conta: quando se salva o silêncio, você acaba salvando todo o resto também. Afinal, os lugares mais silenciosos, são aqueles que estão preservados.
Além disso, embora o barulho seja tratado mais como algo irritante, há um número cada vez maior de evidências sugerindo que o excesso de ruído pode estar prejudicando a saúde da população.
Qual a relação entre o silêncio e a saúde?
De acordo com estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS), os efeitos da exposição a longo prazo à poluição sonora incluem ataques cardíacos, aumento da pressão arterial, derrames, diabetes, demência, depressão e muito mais.
Sem contar que a Agência Europeia do Meio Ambiente descobriu que a poluição sonora ambiental contribui para 48 mil casos de doenças cardíacas e 12 mil mortes prematuras em todo o continente a cada ano.
A falta do silêncio e a degradação do meio ambiente
De acordo com relatório publicado na revista científica The Royal Society’s Biology Letters, a poluição sonora também abraça a sobrevivência de mais de 100 espécies animais diferentes, como por exemplo:
- O barulho do trânsito eleva os batimentos cardíacos da largada da borboleta;
- O ruído distante das estações de compressão torna difícil para as corujas localizarem suas presas;
- A ressonância das motos de neve leva a picos nos níveis de hormônio do estresse em lobos e alces;
- Em habitats barulhentos, pássaros e sapos adaptaram seus chamados para serem ouvidos em meio a poluição sonora;
- O barulho dos navios, da mineração em alto mar e de pesquisas sísmicas é a causa mais provável do encalhe em massa de golfinhos e baleias e está relacionado ao fato de cardumes inteiros desenvolverem estresse, perda auditiva e doenças crônicas.
Conheça a QPI
Inaugurada em 2018 por Gordon Hempton e Vikran Chauhan, a QPI (Quiet Parks International) é uma organização sem fins lucrativos que tem o objetivo de identificar as paisagens sonoras mais notáveis e imaculadas acusticamente em todo o mundo e atrair turistas a elas para ajudar a financiar os esforços de preservação.
Em 2019, a QPI certificou o primeiro “Parque Selvagem Silencioso”: uma área da Floresta Amazônica que se estende pelo rio Zabalo, no nordeste do Equador, repleta de biodiversidade e pouca atividade humana.
Além dos “Parques Selvagens Silenciosos”, a organização também designa partes dentro e ao redor das principais cidades do mundo. Pois, apesar de nenhuma cidade estar livre de poluição sonora, a QPI está em busca de locais com uma leitura média de 40-50 decibéis (o silêncio de uma biblioteca) e onde o senso de natureza domina”.
Até hoje já foram nomeados 5 Parques Urbanos Silenciosos, localizados no Taiwan, Inglaterra e Suécia. Uma placa agora pede aos visitantes que “respirem fundo, façam uma pausa e sintam-se existindo na floresta”. Além disso, até o fim do ano, haverá também Parques Urbanos Silenciosos na França, Bélgica, Áustria e Espanha.
A importância da acústica nos centros urbanos
Apesar de não haver muito o que se fazer para combater o excesso de poluição sonora nos grandes centros urbanos, é possível cuidar da saúde acústica nos ambientes de trabalho e residencial por meio de análises feitas por empresas especializadas.
E você pode contar com a Anima Acústica para dar um toque de silêncio para o seu empreendimento.